Ushuaia 2011: maio 2012

Pois é!!! Chegou a hora de seguir viagem!
Fiquei um pouco chateado por não ter conhecido completamente a Península Valdez, mas pensei: Aqui é perto, posso voltar depois!

Arrumei as coisas na moto me despedi das pessoas que conheci ali e rumei para o posto abastecer.

Já ao parar a moto na bomba de gasolina, avistei essa nave!

Logo pensei, esse cara aí não deve viajar nada! Moto "antiga"!
Abasteci e coloquei a moto atrás da nave, estava colocando as luvas quando o figuraça apareceu. Calça jeans, uma jaqueta de viagem, bigodão e já veio falar comigo!
Por coincidência estavamos indo para o mesmo lado. Ele era de Comodoro Rivadavia.
Me contou que estava no encontro de Choele Choel e teve que voltar as pressas por causa de trabalho. Falou que não havia dormido nada na noite anterior e precisava chegar em Comodoro ainda nesse dia.
Me deu algumas dicas e me avisou que daqui para baixo a nafta fica mais difícil de ser encontrada.
Insistiu para que fossemos juntos. E eu apenas avisei, estou a passeio e não irei mudar meu ritmo. Acabamos indo cada um no seu ritmo mas ele sempre me esperava na frente.
Há poucos km fica a cidade de Trelew. Paramos lá para completar o tanque e abastecer os "bidones". A próxima parada seria em Uzcudum onde poderiamos ter a desagradável surpresa de não ter nafta!

Até aqui o vento estava castigando, porém estava seco! Deu pra rodar tranquilo.
Rodado mais alguns kms depois de Uzcudum o vento estava muito forte. Parei a moto, coloquei o descanço e abri bem as pernas para conseguir deixá-la estável. Saquei a camera da mala de tanque e quando fui bater a foto um floco de gelo caiu no visor da camera. Olhei para a minha direita e alguns flocos caíram no meu capacete. Nem tirei a foto e já guardei a camera e liguei a moto. O curioso é que a nuvem escura, que seria de chuva, estava muito longe, sobre mim o céu estava limpinho! Tudo isso por causa do vento extremamente forte nessa região. O gelo caia no asfalto quente e derretia imediatamente e isso tornou a estrada um sabão.
O vento me jogava para a pista do lado contrário e eu com a moto completamente deitada para a direita com o pneu dianteiro deslizando. Foi um momento em que pensei: "Que besteira estou fazendo aqui! E o pior, ao invés de voltar eu estou indo cada vez mais! Como vai ser a volta?"
Foi tenso! Rodei com isso por uns 40km.
Eu imaginava pegar o vento forte depois de Comodoro Rivadavia. Fui pego de surpresa!
Avistei um bar de beira de estrada e lá estava meu parceiro com um famoso "rabo de galo" na mão me mandando entrar. Ele estava com a roupa toda molhada, imagina, de jeans! Tomando algo para "esquentar"!
Falei para ele que iria continuar e que ele me encontrava mais à frente.

Segui viagem e o vento continuava, ao menos o gelo e a chuva pararam.
Alguns kms antes de chegar em Comodoro, tem uma serra, que ao final dela, chegamos na cidade. Parei nessa serra onde ele disse para eu passar a camera pra ele para ele fazer um vídeo da minha descida.

Seguimos viagem e em todos os pontos turísticos da cidade, que passavamos pela Ruta 3, ele parava e me dava uma pequena aula sobre os locais. Bati algumas fotos e fomos até um posto para abastecer e tomar um café.

No posto, esqueci de fazer a clássica pergunta: "Tarjeta?" Depois de abastecido, fui ver que tinha alguns trocados, porém o argentino se prontificou a me emprestar a grana! Puxa onde aconteceria isso aqui no BR?

Tudo pronto, era hora de seguir viagem. Faltavam alguns poucos kms até Caleta Olivia.

Segui o rumo e batendo várias fotos durante o caminho!

Chegando em Caleta Olivia, na entrada da cidade avistei um hotel. Estava lotado. Segui até um posto onde pedi informação e me indicaram um hotel. Durante o caminho encontrei um outro, parei, tinha vaga, fiquei por ali mesmo.

Como não tinha garagem me deixaram entrar com a moto pelo saguão do hotel, atravessar todo o corredor e deixar a moto dentro do hotel.
Descarreguei a moto, fui pro quarto, tomei um banho, descansei um pouco, entrei na internet pra dar notícias e saí jantar.
Voltei pro hotel e apaguei!

Saída: Puerto Madryn - Chubut - AR

Chegada: Caleta Olivia - Santa Cruz - AR

Dia 20/11/2011 - domingo

E agora? Vou de moto mesmo?

Essa foi a pergunta que me fiz antes de sair para a Península Valdez, após muitos comentários de que não conseguiria rodar por lá com a minha moto, primeiro pela gasolina, segundo pelo tipo de pavimentação.

Antes da saída, passei para trocar o óleo da moto.

Achei um lugar, mas antes de fazer a troca, fui até alguns pontos turísticos tirar algumas fotos. Voltei ao lugar e não fui tão bem recebido como da primeira vez, acharam que eu tinha ido procurar outro lugar mais barato. Resumindo, me fizeram fazer a troca sozinho, sem ajuda. Não é uma tarefa difícil, mas onde estão as ferramentas??? Resumindo, depois de fazer um BS derramando o óleo no chão, comecei a ser visto na loja e ser melhor atendido.

Tudo pronto, passei abastacer e peguei a estrada. Como haviam me falado, a entrada era num trevo com placas. Fui procurando e pro meu azar, o trevo que era pra entrar estava em reforma e não tinha nenhuma placa. Passei reto. Quase 80km depois, parei para perguntar em um local onde seria a entrada para a península. Me ferrei, tive que voltar e pro meu azar, tive que voltar até Puerto Madryn pois poderia não encontrar nafta na península.

Lá vou eu novamente! Chegando na entrada do parque, tem que pagar uma entrada. Isso te dá direito a entrar no museu e conhecer toda a península. Alguns km após a entrada do parque tem o museu com um mirante, onde se consegue ver dos dois lados o oceano, e à frente a continuação da península. O museu é muito legal e tem espécies empalhadas de animais encontrados na península além de esqueletos. Ali no museu um dos funcionários foi muito atencioso e batemos um longo papo sobre vários assuntos, além de ele me falar que é fã do Brasil e vem quase sempre pra cá. Também me disse que seria díficil com a minha moto chegar em todos os pontos da península e pra complicar ainda mais, realmente não tinha nafta no posto em Puerto Pirâmides! Me deu a dica de ir até a Lobaria que lá eu conseguiria ir sem problemas. Saí do museu e toquei para a Lobaria. Que lugar maravilhoso. Bom, as fotos falam melhor que as minhas palavras!